O cheiro do ralo

Se a esperança fosse um túnel, o desespero deveria vir antes desse túnel começar e não quando ele termina. Só assim pra esperança ser a última a morrer.
Nada mais desesperador que uma vida sem sentido, um amontoado de dias que se sucedem sem nexo entre eles e sem consequências também. Era aí que deveria entrar a esperança e fazer o sujeito se apegar às menores coisas que existem pra fazer com que sua vida começasse a fazer sentido. Sem grandes planos, sem projetos mirabulosos, nada disso... uma coisa pequena, começar por uma coisa pequena é o melhor começo. Um sorriso, um aceno, um cheiro.
O cheiro de ralo é um filme sobre a estranheza de uma vida sem sentido e como alguém que vive (ou deixa de viver) dessa forma é. Uma peça descartável de um tabuleiro velho. Mas há o túnel e, antes do túnel, o desespero.
Desespero que transforma o cheiro de um ralo na peça fundamental para o funcionamento de uma Vida, que poderia ser muito bem a minha ou a sua Vida. Não é. É algo além.
O túnel, o cheiro, o sem sentido...valores de uma equação sem solução.
E, por isso, maravilhosa.

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