Jovem demais para a bocha, velho demais para PS2

Os tempos modernos fizeram uma verdadeira revolução na cronologia das pessoas. Antes, pra não dizer antigamente, era até fácil classificar as pessoas pela idade: criança, jovem, adulto... bastava ver os seus hábitos. Criança = brincar; jovem = zoar e adulto = trabalhar.
Esqueça! Não é mais assim, essas "etapas" estão mais embaralhadas que o trânsito de São Paulo. Ser criança parece algo que deixou de existir ou que se perpetuou pelos outros estágios. O jovem quer ser adulto e o adulto nunca foi mais jovem. E algo que contribuiu e muito para que o fenômeno "adultescente" vigorasse foi o advento da cirurgia plástica, a fonte da juventude na ponta de um bisturi.
Outro dia mesmo, conversava com um amigo que disse: "Cara, fui numa balada e conheci duas mina, tomei o maior susto quando descobri que eram mãe e filha. O pior é que a mãe tava mais inteira que a filha!" É, tem garota que não leva namoradinho pra casa com medo de ser roubada pela mãe.
Os homens também estão entrando de cabeça nessa de silicone. A fim de encontrar o "corpo perfeito", a geração Gatorade está deixando as academias e dietas hipercalóricas e aderindo às bolsas de silicone em peitoral e panturrilhas. É a geração bisturi. E quem vibra é o Pitangui!
Entre essas e outras, surge agora também não mais a crise de meia-idade e sim a da primeira-idade. O sujeito se fez com vinte e poucos, quase trinta, namora ou é casado, trabalha, tudo direitinho... mas algo o incomoda: "será que eu não estou velho demais pra continuar jogando video-game?"
Alguns assimilam bem isso e continuam a jogar, sem medo de serem felizes; outros, olham para cima do armário, o video-game guardado na caixa, doido pra que um sobrinho chegue em casa para ele ter a desculpa de montar o brinquedo e se divertir na sala.
E aí? Qual vai ser a sua: uma passada na pista de bocha, em plenos trinta, ou uma partidinha de Street Fighter?

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