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Mostrando postagens de julho, 2006

Oração

(homem antes de dormir) Meu Deus, agradeço a Ti por mais este dia em que o senhor me deu a Vida, agradeço ao Senhor pela minha família, pela... que dia é hoje mesmo? A prestação da casa vence amanhã ou depois?... Desculpe, Senhor, agradeço ao senhor pela moradia, pela minha saúde, pelo alimento que... será que fechei a porta da geladeira? Merda... Senhor, por favor, me perdoe por não dizer ao Senhor da Tua importância pra mim, eu sei que nunca me abandonarás, eu creio muito em...Vou ver aquela geladeira. (Vai até a cozinha e verifica que a porta da geladeira está fechada) Meu Pai Eterno, o Senhor tem sido tão bom para mim, só tenho a Te agradecer pelas bençãos que tenho. Agradeço ao Senhor por permitir que eu possa pagar os estudos de meus filhos, agradeço por me dar serenidade nas horas de dúvida, e força nos momentos difíceis... não acredito que não tenham terminado a apresentação para a hora da reunião, aquele Dagoberto me paga, incompetente de merda!...Perdão, Senhor, pelas minhas

Preto no Branco

Estava no banheiro hoje quando ouvi uma reportagem no Jornal Nacional sobre a tramitação do "Estatuto da Igualdade Racial" no Congresso Nacional. Pelo que ouvi, este Estatuto, de autoria de Paulo Paim (PT-RS) - que é um dos poucos políticos que acredito ultimamente - determina uma série de medidas com a finalidade de promover igualdade para os negros em diversas áreas, principalmente no que diz respeito ao trabalho e educação. Desde a implementação de cotas para Universidades que este tema está em debate. É uma questão delicada esta de cotas, por um lado é o meio mais rápido para prover ao negro a oportunidade de ter vez na Educação e, mais amplamente, a uma oportunidade de trabalho com melhores salários e cargos; por outro lado, da forma que a questão é tratada parece ser uma muleta para o "pobre pretinho" que não tem oportunidade. O que se esquecem de dizer junto às reportagens que abordam estas questões é que se há esta necessidade é porque o negro quando foi li

À Francesa

Partiram da Alemanha, saídos à francesa de lá. Assim chegaram aqui. Os olhos multiplicados em frente à TV no Sábado e o fiasco em forma de desinteresse, falta de graça, falta de garra, falta de gana, falta de paixão. Tão diferente de seu Jorge, aquele homem que ficou na ponta da cadeira em casa, com o copo de cerveja no bar, com o rádio colado na orelha na portaria do prédio. Seu Jorge, Seu André, Seu Venceslau. Tantos senhores, jovens, moças, crianças que ficaram olhando para aqueles homens correndo atrás daquela bola, esperando que dos pés dos brasileiros surgisse uma felicidade capaz de alterar a realidade de outros brasileiros, os daqui, os que acordam às 4 da manhã para pegar ônibus e chegar ao trabalho para, ao fim do mês, descobrir que o salário não vai render pra todo o feijão da família. O ópio do povo acabou. E agora? Uma indignação geral pela falta de moral com a qual a seleção deixou a Copa, deixando um rastro de vergonha para o brasileiro. Que se noticiem no mundo todo