Postagens

Mostrando postagens de 2020

A nuvem

 Há uma nuvem cinza que paira sobre a cidade que não faz chover. Apenas observa ou vigia, uma sentinela silenciosa que usa seus olhos enviesados para causar medo, temor e espanto, apesar de não fazer pronunciamentos ou qualquer gesto que insinue sua intenção de provocar temor e insegurança. Depois do tempo em que ela chegou até agora, depois de transformar manhãs e tardes em massa cinzenta, sem vida, acostumamo-nos. Acostumamo-nos com a vida sem sol e sem brilho, a areia nas praias estão mais claras, as águas na parte do oceano que beija o solo está mais limpa, o vento sopra constante e leva para todos os cantos a troca dos suspiros de quem ainda se lembra como era a vida e passa debruçado na janela a observar a falta de vida que passa diante dos olhos.  Ficamos assim e esperamos chegar a noite, acendemos nossas salas, assistimos a vida falsa vendida na tela brilhante que nos cega. Brilho, muito brilho. Ofuscados, rendemo-nos ao que nos é oferecido e aceitamos sem duvidar que o melhor

Exercitando-se: Conto Policial - versão final

Imagem
  Agora vou colocar a versão final do texto. Como mencionei no post anterior, esse texto não teve tanta alteração na escrita, algumas inversões, correções ortográficas (sempre). Pouca coisa. Trama Julio Càêta`no - Eu sabia que não era boa pessoa! - Milena, nós já entendemos das outras setecentas vezes que você falou. - Pedro, seu irmão, a interrompeu. - Desculpe, Pedro, se estou repetitiva. Talvez o fato de meu marido ter sido morto e minha filha estar sumida seja um bom motivo pra ficar nervosa! Que acha? Hã!? - avançou em direção ao irmão e lhe deu um tapa no rosto - Escroto! - Milena! O que é isso? Essa foi a educação que seu pai e eu demos pra vocês? - a velha olhou sobre os óculos direto para os olhos da filha. - Desculpe, mamãe. A velha acariciou a cabeça do gato persa prostrado ao seu lado no sofá e voltou ao seu tricô. - Coitada… ela tá sabendo do Felipe? Do sumiço da Bela...essa tragédia toda? - Josias era um investigador conhecido da família e responsável pelo caso. - Sabe Jo

Exercitando-se: Conto Policial - Trama (versão crua)

Imagem
  Convido-os a ler este exercício de conto policial, um gênero que não tenho muita habilidade, tentei escrever usando os elementos que aprendi em aula.  Essa é a primeira versão do texto, está crua, então você vai encontrar erros gramaticais, incoerências na narrativa etc. Isso é para ver que no processo da escrita, a revisão é parte fundamental. Deixe sua avaliação no final, só assim vou saber o que preciso fazer para melhorar. A versão final do texto vou publicar logo, logo. Eu sabia que não era boa pessoa! Milena, nós já entendemos das outras setecentas vezes que você falou. - Pedro, seu irmão, lhe interrompeu. Desculpe, Pedro, se estou repetitiva. Talvez o fato de meu marido ter sido morto e minha filha estar sumida seja um bom motivo pra ficar nervosa! Que acha? Hã!? - avançou em direção ao irmão e lhe deu um tapa no rosto - Escroto! Milena! O que é isso? Essa foi a educação que seu pai e eu demos pra vocês? - a velha olhou sobre os óculos direto para os olhos da filha. Desculpe,

Exercitando-se: Contos de Fadas

Imagem
    Vou publicar os exercícios que tenho feito em um curso de escrita de Contos para que vocês possam opinar também. O texto abaixo foi escrito com base na história Chapeuzinho Vermelho.   Boa leitura!    Furo de reportagem Julio Caetano - Vem comigo, Maciel! Vem, vem..corre! – a mulher gesticulava muito enquanto falava, o ar lhe faltando - Aqui, mostra aqui, tem sangue. Gente, tem sangue! Olha ali, é um rastro. Vamos atrás! Repórter e cinegrafista avançaram uns 20 metros pela mata fechada. A mulher parou, olhou ao redor e indicou a esquerda. - Vamos por ali. - suas bochechas queimavam. O cinegrafista diminuiu o ritmo, sentindo pontadas no fígado, nos rins, em tudo o que era por dentro. - Maciel, corre! – como uma mãe que chama atenção do filho em público, a mulher ordenou sem gritar, arregalando os olhos. Pararam no meio do mato. A natureza também tem poluição. Sonora. Muitos pássaros gorjeantes, muitos sons rastejantes, insetos zunindo no ouvido. Marielza, a repórter, já tinha comid

Visualize para criar

Imagem
Veja! Não diga que a vitória está perdida, tenha fé em Deus, tenha fé na vida... Adoro Raul e adoro essa música. Como em quase todas dele tem muita simplicidade e, ao mesmo tempo, muito poder informativo. Nem sei porque comecei falando isso, meu objetivo é outro, mas, como não vejo graça no acaso, há uma razão para isso e, assim, ali ficará esse início de texto. Voltando: veja! Fiz um treinamento sobre escrita e um dos pontos centrais para que fosse criada a tal inspiração (quanto mais escrevo, mais tenho certeza de que não existe inspiração), foi uma técnica de visualização. Nosso cotidiano nos coloca em posição de constante alerta. Vamos dormir pensando no horário curto de sono antes de tocar o despertador e quando toca o despertador, acordamos com os olhos irritados e ardidos, sem vontade de abrir. Abrimos, pulamos da cama...desculpe, você não faz isso? Tem outra vida? Ok. Sigo no singular... Vou tomar banho pensando no que faltou ontem e que se acumulou com o de hoje, p

Seja mais criativo - Deixe a criança brincar

Imagem
    Eu deveria ter vergonha de admitir o que vou dizer agora? Deveria ter vergonha de dizer que nunca brinquei na chuva quando criança?  Meu amigo, aquele que venho mencionando, riu de mim e disse que sim, eu deveria ter. Ele me disse isso ao telefone, depois de ouvir eu dizer que nunca tinha brincado na chuva. "Então vamos consertar agora esse erro!" Nem tive tempo de negar. Parecia que eu ainda estava ouvindo o tum-tum-tum do telefone quando ele tocou a campainha. Olhei pela janela e ele estava ensopado, pés descalços, bermuda de surfista e camiseta regata. "Vem!" gritou. Eu olhei pra dentro de casa, a tempetura ideal, meu corpo e minha roupa sequinhas, minha esposa perguntando quem era, sem interesse, deixando de lado seu livro. Mordisquei o lábio inferior, olhei de novo pro meu amigo plantado em frente de casa, atrás dele a chuva caindo leve. "Ok!" Troquei de roupa e fui.  "Que faço agora?", perguntei como um novato, o frio escorrendo pelo co