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Mostrando postagens de dezembro, 2020

A nuvem

 Há uma nuvem cinza que paira sobre a cidade que não faz chover. Apenas observa ou vigia, uma sentinela silenciosa que usa seus olhos enviesados para causar medo, temor e espanto, apesar de não fazer pronunciamentos ou qualquer gesto que insinue sua intenção de provocar temor e insegurança. Depois do tempo em que ela chegou até agora, depois de transformar manhãs e tardes em massa cinzenta, sem vida, acostumamo-nos. Acostumamo-nos com a vida sem sol e sem brilho, a areia nas praias estão mais claras, as águas na parte do oceano que beija o solo está mais limpa, o vento sopra constante e leva para todos os cantos a troca dos suspiros de quem ainda se lembra como era a vida e passa debruçado na janela a observar a falta de vida que passa diante dos olhos.  Ficamos assim e esperamos chegar a noite, acendemos nossas salas, assistimos a vida falsa vendida na tela brilhante que nos cega. Brilho, muito brilho. Ofuscados, rendemo-nos ao que nos é oferecido e aceitamos sem duvidar que o melhor