Nada mudou. Só eu.

Você já encontrou, por acaso, um amigo de 1 milhão de anos, aquele amigão pra toda obra, sentam-se para tomar uma cerveja e começam a conversar sobre como anda a vida de cada um. Você vai relembrando como era legal os papos com ele, a afinidade gigantesca... e aí, depois de meia hora de conversa percebe-se que aquele amigão ficou lá pra trás, o cara que está ali na sua frente não é nada daquilo, é um outro. Um chato. E o cara pode até pensar o mesmo de você.
Os outros não mudam, nós é que mudamos.
As necessidades, os anseios, as conquistas, as derrotas, esses e outros mil fatores é que vão nos moldando com o decorrer da vida. E as conquistas e necessidades e etc são diferentes porque as pessoas são diferentes.
Nessa hora é dada uma conclusão óbvia e chocante: nada é como costumava ser. E isso pode ser muito bom, um sinal de amadurecimento. Estranho seria ter as mesmas ansiedades de quando se tinha 15 anos, mas tendo 30.
Hoje eu voltei ao trabalho e aconteceu isso: eu não me encaixo mais naquele lugar. O serviço é o mesmo, as pessoas são as mesmas (excetos pelas que entraram), tudo é o mesmo. Menos eu. Estando ali, de repente, eu senti como se a porta e a cadeira fossem pequenas demais para mim, que o serviço que costumava fazer era pequeno demais. As paredes começaram a me sufocar e tive de sair por um instante.
Parei e refleti até chegar a essa conclusão: aqui não é mais para mim.
O próximo passo é o mais importante, e difícil, descobrir novamente o que pertence a mim. Ir atrás do que é novo e que será o meu presente. Mudamos os anseios, as necessidades e deveremos arcar com as novas derrotas e desfrutar as novas conquistas.
E valerá a pena, valerá. Sim, senhor. Disso sei pois minha alma é grande o suficiente para sustentar meu corpo.

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