Toca o sinal, hora de voltar à sala de aula.

Passava das sete horas da noite, o alarme tocou, ecoando pelos corredores da Universidade. Naquele momento, estava em pé ao lado do bebedouro localizado próximo à minha sala. Ao ouvir o aviso sonoro, senti as paredes de meu estômago tremerem e minhas mãos gelarem. As pessoas caminhavam para suas respectivas salas, falantes, sorridentes, alegres. Cadernos e pastas em mãos.
Caminhei também para minha sala, olhei para os companheiros de turma que não prestaram atenção à minha chegada, entrertidos com conversas paralelas e em pequenos grupos circulares. Sentei-me e aguardei calado a chegada do professor.
Passados poucos minutos, entra um homem de estatura média, vestia camiseta pólo listrada em amarelo e azul, calça jeans um pouco desbotadas e tênis que um dia foram brancos. Sorriu para todos e sem pedir silêncio, apresentou-se. Como se falasse para uma classe "toda ouvidos", o homem começou seu discurso inicial de boas vindas e de apresentação para os alunos que não o ouviam, continuavam em seus assuntos paralelos e circulares. Não entendi como o homem podia aturar aquilo que seria, no mínimo, falta de educação.
Ele foi até o quadro-negro, escreveu seu nome e a matéria que daria no semestre. O nome da matéria ou do professor pouco importam, aliás, vendo aquela algazarra em pleno primeiro dia de aula eu me perguntava: O que importa?
Mas, lentamente, as conversas foram cessando, os corpos se endireitando nas cadeiras e a voz do professor ficava cada vez mais audível. Eu estava completamente enferrujado com toda esta história de aula, prestar atenção, anotar, etc. Afinal, já havia se passado 4 anos desde minha última incursão dentro de uma sala de aula. Nada a se temer, e aquela tensão anterior começava a se transformar numa excitação de iniciante.
Ter novamente colegas de turma, buscar conhecimento, aprimorar conhecimentos. Enfim, crescer pessoal e intelectualmente. Senti-me relaxado, acomodei-me melhor na cadeira, abri um sorriso e quando a lista de presença passou pelas minhas mãos, assinei com vigor minha presença numa nova etapa da vida que começava.

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