Amar

Quem ama não sabe o que ama,
nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
inocência: não pensar.

Por isso, cambaleio pelas ruas da vida, tropeçando em corações que não existem e, mesmo assim, sangram. Brinco de olhar para os olhos que não me enxergam e brinco de pegar pela mão um corpo que não há.
Polinizo meus passos com um sorriso sincero, deixo transparecer uma alma pueril que ilumina-se na menor descoberta e encolhe-se com o medo de escuro. Não, nunca soube o que é amar e mesmo assim tento, pinto, bordo, faço choro e faço abraço. Saudade e afago. Digo coisas sentimentais e filosofias de fundo de garrafa. Amar assim, como amo, é o jeito que sei que é amar. Se não existe o certo, nem o errado no amor fico mais calmo, pois posso ser perdoado.
Neste caminho de amante, parti muitos corações partidos e partiram meu coração partido, em cada despedaçar, uma pétala a menos no jardim e um novo botão a florescer. É preciso chover e fazer Sol, somente assim o solo fertiliza. Coração preservado é coração amargurado. Isso faz não haver culpa, nã há culpa que caiba em nossa alma apaixonada que tudo quer, que tudo mata.
Tanta coisa é o amor que toda a definição dada para ele pode lhe caber, pois amar é e ser é o cerne de qualquer coisa que vive e que pode mudar. E, enquanto não muda, o que tenho definido é:

Amar, realmente, é um não-saber. Pois, se fosse sabido, eu teria aprendido a não te perder.

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