Um olhar, uma mão e um pouco de sim...

Os pensamentos têm sido leves, logo, os dias têm sido leves, de um jeito tão incomum que parecem irreais. Algumas pessoas encontram dificuldade em estar em paz e logo acham que isso seja algo a se desconfiar. Quando tudo o que mais se quer acontece, vem o medo. E agora? Parece, então, que o melhor mesmo é nunca alcançar e viver, dia após dia, uma lamentação de desejos não realizados. Como se ao encontrar o que se procura termina-se também a esperança. Encontrava-me entre os que pensam assim.
Não posso dizer que seja tolice, embora seja, pois tantas coisas permeiam a cabeça de cada um, tantas pressões, tantas angústias, enfim, cada um sabe bem oque lhe incomoda e cada um sabe bem o que lhe faz bem. O problema é quando não enxergamos muito claramente o que vemos e o que queremos.
Então, nestes dias leves que acontecem para mim, deixei de lado o receio da felicidade e tenho procurado ir de verdade atrás daquilo que me faz bem. Estar sozinho me faz bem? É assim que ficarei... ler um livro me faz bem? Ficarei grudado nele até terminá-lo... É lugar-comum dizer que a felicidade encontra-se nas menores coisas, por isso, discordo. A felicidade nunca estará nas menores coisas, felicidade é algo grande demais para se concentrar em pequenos espaços e, por isso, que tenho acreditado que um coração só pode ser feliz se for grande, se estiver aberto ao mundo e que possa ser capaz de bombear todo o sangue que circula em todos os corpos do mundo! O risco que abrir-se assim implica é alto, mas quem nasce para empatar, nunca sentirá o gosto da vitória.
Assim, leve como meu pensamento, vou caminhando pelos dias que se seguem, abrindo o coração de par em par e, sorrindo um pouco mais do que de costume, descubro em mim as armas e as armaduras necessárias para enfrentar os lobos-maus e os bichos- papões que tentam me assustar com pensamentos derrotistas e sombrios. Para cada porção de sombra que me cerca, faço um feixe de luz emanar de meus olhos castanhos. E, às vezes, deixo-me cego também, para ter o gosto "do que poderá acontecer" adocicando minha boca.
Permito-me mais, sem medir as palavras que parecem brotar do coração, deixo-as libertarem-se de mim para alcançar o ar, o mar e as estrelas. Que estas palavras dêem três voltas ao mundo até encontrar seu destino e que cheguem em forma de sussurro aos ouvidos destinatários. Pois suave é o tom do amor.
Permita-se mais, devagarinho... de repente, em meio a tanta turbulência que lhe incomoda, descobrirá que isso se ameniza num gesto, em algo que parece pequeno. Ser simples é difícil, mas vá tentando... com um olhar, uma mão e um pouco de sim.

Comentários

Edu disse…
É, meu velho...

Sempre nos completando, não é mesmo?

Yin e Yang...

Luz e trevas...

Não, eu não sou gay.

Mas vc sabe à que eu me refiro...

Meu irmão...


Deus te abençoe, sempre.

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