Havia um pássaro azul no fim do túnel
"O que acontece quando chega o fim?", ele pensava isso, assim como todos os que conhecia. Ele tinha certeza de que terminaria, mas como? Em sua (pouca) experiência de vida, ele havia vivenciado alguns fins e a sensação ele sabia bem: como se andar numa estrada que, de repente, acaba. Um desenho inacabado que numa hora tem cores, na outra é tudo branco. Um vácuo dentro dele que, sem ar, morria asfixiado. E ressuscitava, sempre ressuscistava.
Depois, era recolher os cacos do que havia sobrado e começava novamente o trabalho artesanal de juntar peça por peça aquilo que seria ele novamente. Talvez fosse mesmo esta a finalidade das coisas: a necessidade de construções, destruições e recomeços. O problema é que ele já achava que havia tanto recomeço já guardado que, talvez, nunca tivesse avançado mesmo.
"Uma hora isso acaba", ele pensava. Acabaria e seria o que então? O vácuo infinito... um eterno sufocamento? Pensar assim era duro demais para ele. Se um sofrimento perverso fosse o que lhe aguardava no fim de tudo, pra que vale passar por tudo o que se passa então? Seria mais fácil desistir agora. Economizaria um esforço inútil de.
Tentar ser feliz, ele estava tentando, mesmo que estivesse chovendo, não desistia de suas caminhadas matinais, mesmo com o dinheiro contado no bolso, não resistia em comprar um doce que sua gula pedia. Um pouco mais leve a cada dia, escrevia sua vida como uma criança que aprendeu a escrever: escrevia muito, com euforia, mesmo que a letra saísse torta e as palavras erradas, estava feliz por criar um pouco mais a cada dia, fazer um pouco mais. A escrita vai melhorando com o tempo e o tempo é tudo que se precisa pra deixar as coisas acontecerem. Quando percebeu, não estava mais preocupado com o fim das coisas, afinal, o meio era o que realmente importava. Deixou de temer o vácuo e, neste momento, ele viu que no fim do túnel havia passarinho azul, de penas brilhantes e olhos de fogo. Voava de um jeito bonito, um jeito que trazia alegria.
Do jeito que a gente deve voar.
Depois, era recolher os cacos do que havia sobrado e começava novamente o trabalho artesanal de juntar peça por peça aquilo que seria ele novamente. Talvez fosse mesmo esta a finalidade das coisas: a necessidade de construções, destruições e recomeços. O problema é que ele já achava que havia tanto recomeço já guardado que, talvez, nunca tivesse avançado mesmo.
"Uma hora isso acaba", ele pensava. Acabaria e seria o que então? O vácuo infinito... um eterno sufocamento? Pensar assim era duro demais para ele. Se um sofrimento perverso fosse o que lhe aguardava no fim de tudo, pra que vale passar por tudo o que se passa então? Seria mais fácil desistir agora. Economizaria um esforço inútil de.
Tentar ser feliz, ele estava tentando, mesmo que estivesse chovendo, não desistia de suas caminhadas matinais, mesmo com o dinheiro contado no bolso, não resistia em comprar um doce que sua gula pedia. Um pouco mais leve a cada dia, escrevia sua vida como uma criança que aprendeu a escrever: escrevia muito, com euforia, mesmo que a letra saísse torta e as palavras erradas, estava feliz por criar um pouco mais a cada dia, fazer um pouco mais. A escrita vai melhorando com o tempo e o tempo é tudo que se precisa pra deixar as coisas acontecerem. Quando percebeu, não estava mais preocupado com o fim das coisas, afinal, o meio era o que realmente importava. Deixou de temer o vácuo e, neste momento, ele viu que no fim do túnel havia passarinho azul, de penas brilhantes e olhos de fogo. Voava de um jeito bonito, um jeito que trazia alegria.
Do jeito que a gente deve voar.
Comentários
Estava inspirado heimm!
Lindo e profundo.
Parabéns
Bj
Dê Uma lida lá. Uma espida.
Um abraço.