Ao mestre, com carinho

Certas coisas ocorrem e não estamos preparados para que ocorram, vagam dentro da cabeça tentando encontrar um lugar lá dentro para se acomodar, mas não se acomodam assim, de uma hora para outra, leva tempo até que os sentidos e os sentimentos se acostumem com a idéia. Se é que realmente se acostumam.
Na difícil tarefa de nos comunicar melhor um com o outro, ele era mestre e nós, discípulos. Se havia rigidez no conteúdo é porque não estava para brincadeira e, seu amor pelo que fazia, dava o tom de seriedade no que ensinava. Eu não percebera essa devoção para conosco, como, muitas vezes, percebemos tardiamente o que estava diante de nós durante tanto tempo.
Nosso convívio resumia-se há poucas horas semanais, mas eu sei, o que acontecia durante aquele tempo é algo para se carregar para sempre desde que aquelas horas fossem vividas de cor, de um coração para outros. Fomos alunos e ele o professor, mas em outros momentos também pudemos ser colegas e companheiros de profissão.
Dimar de Deus partiu antes de Setembro chegar, deixando no ar a música que irá ecoar por muito, muito tempo dentro da gente.

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