O geográfico do coração

Firme e forte, igual prego em areia, segue este blog e o blogueiro que vos digita. Tive pequenos contratempos com o meu computador nos últimos dias (vide postagem anterior, eu não menti quando disse que ele estava na UTI), mas ele voltou de sua estadia entre as frias e brancas paredes do quarto de um cara que conserta computadores. Durante este período fiquei pensando numa temática para o blog, para que tivesse um pouco de ordem no caos. Mas o Caos é sua ordem e seguirá assim, sem qualquer linha lógica de raciocínio a não ser a minha. Que tristeza...
Estou num momento delicado. Para quem não sabe eu gosto de escrever e acredito que este lance seja o meu lance então quando surge um concurso para enviar textos ( contos, pra ser mais específico) eu vou fundo, para minha frustração nunca ganhei nada. Opa, mentira, tirei segundo lugar num concurso de redação na 4º série e sinto orgulho pois competi com 300. Sem brincadeira. Tirando isto e aqueles elogios dos amigos quando mostro um texto... água. Ah, tenho um texto publicado no site Portal Literal também, o texto não é dos piores, mas a gramática foi assaltada por mim, tem tanta vírgula e ponto que não sei como deixaram aquilo ser publicado. Que abram uma CPI! Pois estou com fome e quero comer pizza!!
Enfim, estou quebrando a cabeça para escrever um conto e enviar para um concurso patrocinado pelo O Globo, o tema é simples: Futebol. O problema é que deve ser ambientado no Rio de Janeiro. Não que o problema seja o fato de eu nunca ter pisado no Rio de Janeiro e não saber o mínimo sobre a geografica do lugar, o grande problema é que eu não consigo pensar carioca, nem pensar Rio de Janeiro, entendem? Só de ver pela tv eu já não gosto, falam que ele é lindo e continua sendo e blablabla, mas não gosto. Questão de empatia. Não rola nenhuma empatia, nem com o lugar nem com os habitantes do lugar, será preconceito ou simples gosto? Vou dizer que tinha uma imagem de que carioca era meio arrogante e com aquele chiado nos "s" que me arrepia...bom, esta imagem só veio a piorar depois que entrei numa empresa em que preciso lidar com cariocas todos os dias. Eita gente que gosta de ter razão. Assim como paulistanos correm atrás de um tempo que nunca têm, os baianos são preguiçosos e os amanauenses vivem no meio do mato. Será isso? Pensar assim não é como o pensar dos norte-americanos que achavam que os brasileiros se locomoviam pendurados em cipós? É delicada esta questão e acho que preciso ponderar antes de julgar. Estou tentando, estou tentando...
Enquanto isto, vivo o drama de precisar escrever com paixão sobre um lugar em que nunca estive e que nunca gostei, um teste para ver até onde vai a minha "profissionalidade".
Quanto aos cariocas que conheci faço ressalva de dois, que são duas pessoas extraordinárias: uma é o Fábio, carioca da gema que fui conhecer no interior do Rio Grande do Sul, um grande cara, muito gente fina e a outra pessoa é meu avô, que nasceu na primeira capital brasileira lá em 1910 e que por sorte mudou-se para São Paulo ainda novo. Mas se está no RG não tem escapatória, é um fluminense sim! E eu tenho orgulho dele.
Eu não sei o motivo disto acontecer, porque não gostar de um lugar desconhecido - pensamento provinciano -, assim como não sei porque não gosto de alguém só de olhar, vai dizer que com vocês também não rola isto? Mas acontece. Por exemplo, morei dois anos em Porto Alegre e tive oportunidade de conhecer algumas cidades do Rio Grande Sul e embora tenha muitos motivos para odiar o lugar eu não odeio, eu gosto, me identifiquei com o lugar e com as pessoas. A geografia do coração não é lógica, não está traçada por rotas rodoviários. Difícil...
Mais para frente eu conto a saga do conto. Ok?

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