De volta às origens
Como dizem: "o mundo dá voltas". Já deu tantas que parece ter se perdido nas contas. E, assim como a criança volta a contar do zero o número de saltos que deu sobre a corda durante a brincadeira, parece que estamos querendo voltar e recontar tudo de novo.
O apego ao pensamento de que voltando atrás e recomeçando pode levar a um desfecho diferente, melhor, nos faz acreditar nesse retrocesso. O fato é que o mundo se perdeu e está criando um jeito de recomeçar sem prejudicar o que já existe.
Pensei nisso enquanto lia uma reportagem sobre o FarmVille. O aplicativo relacionado à rede de comunicação "Facebook" e que faz um sucesso estrondoso no mundo une o que há de mais moderno em termos de comunicação (internet, redes sociais) ao princípio da civilização como conhecemos: um pedaço de terra e um pouco de cultura no plantio do próprio alimento.
Aí, crianças pós-modernas, que nasceram com um controle de videogame numa mão e um celular na outra, divertem-se plantando e colhendo coisas sem a preocupação de sujar as mãos com a divina terra fecunda.
Muitas dessas crianças nunca estiveram em contato real com aquilo que brincam, nunca fizeram um buraco no solo para plantar a semente de uma árvore, mas divertem-se fazendo isso da melhor maneira que podem: virtualmente.
Assim como são virtuais os amigos, o dinheiro, a realidade.
Isso me leva a pensar no que estão deixando de viver realmente, no medo que se instalou no coração e mentes dos pais e que floresce nos filhos. Deixá-los em casa vivendo uma vida de isopor em frente ao monitor da televisão ou do computador tornou-se a maneira mais segura de dar educação e garantir que essa criança possa crescer e se tornar adulto sem ter a vida levada pela marginália que corrompe as ruas e avenidas das metrópoles.
Será isso mesmo?
Outra vez, o casulo se forma ao redor dos jovens que um dia terão que sair e encarar o que é o real e, quando chegar essa hora, muitos deles não terão tido o tempo e capacidade suficientes para que a metamorfose de larva para borboleta fosse completa.
Então, teremos muitas borboletas sem asas, ou com apenas uma delas, por aí, nos solos, pisoteadas, escondidas, amedrontadas por um mundo todo que parece lhes sufocar e provocar a todo instante para que lute e seja forte. Logo essas pobres borboletas que foram ensinadas a serem omissas, esconderem-se sob rabos de saias, em frente à telas de computadores que mostravam uma vida muito diferente da que estão por viver.
Pobres borboletas insones, ficam vagando o pensamento na tristeza de saber que suas frágeis patas não são mais capazes de pressionar as teclas e os botões do mouse. Aí, a fazenda virtual não será mais real e a realidade que os espera é bem maior, o mundo é muito maior do que aquele em que se estava, dentro das quatro paredes do quarto, reconfortados pelo silêncio da mentira virtual.
O apego ao pensamento de que voltando atrás e recomeçando pode levar a um desfecho diferente, melhor, nos faz acreditar nesse retrocesso. O fato é que o mundo se perdeu e está criando um jeito de recomeçar sem prejudicar o que já existe.
Pensei nisso enquanto lia uma reportagem sobre o FarmVille. O aplicativo relacionado à rede de comunicação "Facebook" e que faz um sucesso estrondoso no mundo une o que há de mais moderno em termos de comunicação (internet, redes sociais) ao princípio da civilização como conhecemos: um pedaço de terra e um pouco de cultura no plantio do próprio alimento.
Aí, crianças pós-modernas, que nasceram com um controle de videogame numa mão e um celular na outra, divertem-se plantando e colhendo coisas sem a preocupação de sujar as mãos com a divina terra fecunda.
Muitas dessas crianças nunca estiveram em contato real com aquilo que brincam, nunca fizeram um buraco no solo para plantar a semente de uma árvore, mas divertem-se fazendo isso da melhor maneira que podem: virtualmente.
Assim como são virtuais os amigos, o dinheiro, a realidade.
Isso me leva a pensar no que estão deixando de viver realmente, no medo que se instalou no coração e mentes dos pais e que floresce nos filhos. Deixá-los em casa vivendo uma vida de isopor em frente ao monitor da televisão ou do computador tornou-se a maneira mais segura de dar educação e garantir que essa criança possa crescer e se tornar adulto sem ter a vida levada pela marginália que corrompe as ruas e avenidas das metrópoles.
Será isso mesmo?
Outra vez, o casulo se forma ao redor dos jovens que um dia terão que sair e encarar o que é o real e, quando chegar essa hora, muitos deles não terão tido o tempo e capacidade suficientes para que a metamorfose de larva para borboleta fosse completa.
Então, teremos muitas borboletas sem asas, ou com apenas uma delas, por aí, nos solos, pisoteadas, escondidas, amedrontadas por um mundo todo que parece lhes sufocar e provocar a todo instante para que lute e seja forte. Logo essas pobres borboletas que foram ensinadas a serem omissas, esconderem-se sob rabos de saias, em frente à telas de computadores que mostravam uma vida muito diferente da que estão por viver.
Pobres borboletas insones, ficam vagando o pensamento na tristeza de saber que suas frágeis patas não são mais capazes de pressionar as teclas e os botões do mouse. Aí, a fazenda virtual não será mais real e a realidade que os espera é bem maior, o mundo é muito maior do que aquele em que se estava, dentro das quatro paredes do quarto, reconfortados pelo silêncio da mentira virtual.
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