Ele não
Ele não merece sequer uma linha do meu pensamento, mas minha dignidade e o que há de bom em mim simplesmente grita.
Ele não derramou uma lágrima, nem mencionou uma vítima da pandemia que devastou milhares de famílias. Ao contrário, simulou com gestos símios a dor de quem sofreu antes de morrer. Agora suas lágrimas correm pelo país por meio de propaganda eleitoral. Lágrimas sinceras, não duvido, de uma criança que está prestes a perder a bola e deixar de se sentir o dono do jogo.
Ele não vê o apoiador mais fiel, que é capaz de matar para honrar a deshonra de um desgoverno, além de um degrau a mais para sua escalada rumo ao topo do mundo. Como saiu de sua própria boca: "título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso". Distribui sorrisos e acenos como se todos fossem de sua família, mas a família é composta de 3, talvez 4 pessoas, que são os filhos, uma extensão biológica de seu próprio narcisismo e idiotia.
Ele não governa para você que acorda às 4 e sofre para quitar as contas todo mês. Ele não tornou sua vida melhor em 4 anos, ele não tornará sua vida melhor nem em 40 anos. Aliás, quem depender de alguma instituição pública para ter saúde, ensino ou melhor dignidade, abandone o barco agora ou continue se iludindo com a miragem que esse deserto lhe mostra.
Ele não quer o seu progresso, ele quer sua obediência. Ele quer que você coma o resto e agradeça.
Ele não precisaria reafirmar sua virilidade, que nunca foi questionada, talvez, a não ser, por ele mesmo.
Ele não age como sua posição exige, porque não se pode exigir algo de quem não o tem. Assim são etiquetas sociais, assim é também a competência.
Apesar disso tudo, ele não tem culpa.
Um louco que fala e faz loucuras, será sempre um louco que fala e faz loucuras.
O medo é dar poder a esse louco.
Comentários