3 dias

É, eu sei. Faz tempo!!E quem é vivo sempre aparece, então: voltei.
A fase é complicada, na tv aquele bando de homens e mulheres tentando nos fazer de palhaço, acham que com a magia do marketing poderão fazer uma lavagem cerebral em nós e ganharão mais quatro anos pra mamar nas tetas de todos nós, os contribuintes. E palhaços.Pior é que muita gente cai no golpe. Agora estou sendo pago pra escrever, antes era pago pra falar. Eu não sou de falar, mas adoro escrever. Só que escrever do jeito que tenho que escrever, até dasanima. Fico respondendo e-mail e vejo cada assassinato na língua portuguesa, só vendo. Se der eu pego uns exemplos e compartilho.
Ainda bem que durante toda esta tempestade surgiu uma calmaria. Um oásis no deserto que durou exatos 3 dias. Eu e minha odalisca.Tudo bem, confesso. Não foram 3 dias seguidos, tipo mil e uma noites, foram algumas horas durante três dias seguidos. Um fato raro, infelizmente. Pois não maior bem a um coração que encontrar a paz nos olhos de quem ama. É assim comigo e minha linda.

Na primeira noite, encontramo-nos sob o véu dos deuses, Afrodite nos acompanhou enquanto passeávamos leves numa rua de diamantes. Apenas o brilho intenso, como chama, nos olhos de Afrodite iluminou-nos naquela noite. Dionísio foi atraído pela chama e deixou-nos de seu néctar. Ao final, deitamo-nos um sobre o outro, sob a relva orvalhada de um campo adormecido e adormecemos também, sob os braços de Morfeu.

A segunda noite, numa pequena casa de café, incidentes corriqueiros como uma atendente atrevida e um velho esquisito não foram capazes de atrapalhar o nosso clima, que é sempre diferente de todo o resto. Olhos nos olhos, palavras, beijos, carinho compartilhados, mão dadas, sorrisos, risadas, tudo isso amolecendo e levando paz ao coração, deixando o mundo de fora cada vez mais de fora. Reconforto no abraço alcochoado do amor. Às vezes, princípios canibais e sobravam caninos em minha orelha, em meu braço, minha mão e, principalmente, em meu queixo. Meu ponto fraco, é quando de caçador viro caça e ela sabe, me ataca voraz, e luto, luto. Pra afagarmos novamente em abraço e riso.Crianças, duas crianças. A terceira noite comprovou isto.Primeiro, saímos para jantar. Acabamos comendo uma iguaria feito por um dos povos do distante Oriente, os chineses. A massa em shoyu e carne de gado e bovino, tudo muito desconfiável, mas comemos. O futuro nos diria que estávamos certos.

Depois, fomos em busca de sobremesa e, enquanto esperávamos na fila, brincávamos e ríamos e chacoalhavamos o carro. Duas crianças. Olhavam sem entender. E nem nós entendíamos, apenas fazíamos e aquilo vai libertando cada vez mais da pressão deste mundo de coisas reais e importantes que não se pode deixar de viver, mas não se pode morrer por ele também.Um bem-estar. Alegria. Descontração.

Foram apenas algumas horas em três dias.

Mal vejo a hora pra que tenha mais.