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Mostrando postagens de agosto, 2009

A matilha insana

A matilha está a solta pelas ruas das cidades, passam velozmente pela necessidade de vencer sempre o relógio e abrem mão, muitas vezes, da condição humana que possuem de pensar. Hoje em dia, dentro de um carro, é preciso olhar e olhar novamente no espelho retrovisor antes de mudar de faixa, pois como mágicos de um circo falido, eles surgem com seus motores rasgados e suas buzinas estridentes. Acham-se sempre no direito de transitar livremente pela via, como se os carros que servem de paredes para eles, não pudessem interferir em seus trajetos . Se um espelho estiver atrapalhando , simples: arranque-o com o pé em riste; se atravessarem seu caminho, ameace! Como uma família que priva pelo bem-estar de cada membro, unem-se e defendem-se, mesmo sem razão aparente. O trânsito é caótico e provoca ebulições na cabeça de quem está ali, a atenção esvai-se a cada minuto parado, vendo o relógio correr e as motos passarem. Eu, como motorista não tenho raiva deles por saber que chegariam muito m...

Folha em branco

Ter uma folha em branco em frente aos olhos é como jogar-se num abismo que não se pode enxergar o fundo... talvez eu não devesse usar esta comparação para me expressar visto que nunca me atirei num abismo em que não pudesse ver o fundo. Mas, independente disso, jogamo-nos todos os dias e todas as horas em abismos de fundo desconhecido. E, embora desconhecido, imaginamos sempre algo bom a nos aguardar no fim da jornada abismal. Como naquele filme: " O Segredo do Abismo", em que os cientistas acabam por descobrir uma nova civilização e todas aquelas cores e aqueles seres lânguidos, esguios e serenos, com andar suave. Queremos encontrar nos nossos pequenos abismos esses movimentos, esses sentimentos, um desprendimento daquilo que nos consome diariamente, queremos abafar a queimação da azia e sufocar o som da buzina dos carros desesperados. E somos também esses carros desesperados, nunca estive tão certo de que somos iguais uns aos outros, nas alegrias, nas tristezas, nas força...