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Mostrando postagens de abril, 2008

Legado

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Quase um século depois do primeiro choro, o último suspiro. Naquele dia, ele nos deixou cabisbaixos, pensativos, cada pensamento indo e vindo para qualquer outro lugar que não fosse o daquela realidade tão cinza. Sabíamos sim, era inevitável, isso é inevitável. Até reconfortâmo-nos no sentimento de que assim cessara-se a dor, o sofrimento. Mas apenas isso não é, nem nunca será suficiente para fazer a dor da perda menor. Foram muitos anos de convívio, de alegrias, tristezas, vitórias e aprendizados. Pelo caminho, a raiva, a indignação, o alívio, o amor. Nossa vida é, e sempre será, feita de emoções, de contatos, de esperanças e desejos. Pois se não há dessas coisas na Vida, não há Vida. Ele tinha percebido que já havia feito tudo o que poderia fazer, seu corpo já pedia descanso. Ele sabia que a missão estava cumprida: os filhos foram criados, tornaram-se homens e mulheres de bem, viu seus netos e bisnetos crescerem e teve a certeza de ter deixado ao mundo o legado de seu desejo de vitór...

O sonho dourado

" Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego, sou o dito cidadão respeitado e ganho quatro mil cruzeiros por mês..." Ainda estou longe de atingir a inquietude que Raul relatou em seu "Ouro de Tolo": a falsa idéia de vitória na Vida pelo simples fato de se ter adquirido bens materiais, um emprego muito bom, um status social, ser bem visto pelos outros... Mas há algo que começa a pulsar em mim e me alerta. Viver o tempo todo lutando, sonhando e sofrendo para ter algo na Vida parece ser o comum e normal para as pessoas que dividem o mundo comigo, ou melhor, para a maioria dessas pessoas. Começo a acreditar que esse não é o verdadeiro, o certo. O certo não é lutarmos para comprar algo a mais, o certo é saber o que se está fazendo da Vida, ter consciência de quem é no "quadro social" e, se descontente, fazer diferente e alcançar a satisfação planejada. Viver o sonho é algo indescritível, é bom como algo que talvez eu nunca tenha sentido, digo isso m...

Dedicatória

Estas palavras... estas palavras que escrevo e que vêm de dentro do meu sangue e coração pulsantes, são para todos. Para todos e para mim também, porque quando nos doamos a alguém estamos nos doando a nós, porque nada do que fazemos deixa de ser sentido por nós. Então, comemoro, celebro (comigo, contigo, com todos), o que o hoje fez passado e que o ontem fez presente. Tal como no dia de nascer, a Vida, o início, o ponto inicial e que nunca voltará e nem deve voltar. Comemoro por estar vivo e viver. Um brinde! A ti, a mim e aos que virão.